quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cúpula dos Povos- Considerações Finais.

Como a maioria deve saber hoje faz exatamente um mês que se comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente, e do dia 5 de junho até hoje muito foi falado, discutido, e avaliado sobre as questões ambientais. Tivemos o mega evento da Rio+20 a Cúpula dos povos que em grandiosidade nada deixou a desejar mas, e no fim o que tiramos disso tudo? Então, essa pergunta vem martelando minha cabeça e eu penso e penso e na verdade nada de muito concreto me surge.
Lidar com estas datas, estes eventos como um simples acontecimento não me parece a coisa mais sensata a se fazer, sim a Rio+20 a Cúpula já passou mas será que os problemas as soluções ou pelo menos as preocupações também já passaram?E agora daqui para frente, como cada um, como você ou eu vamos agir?Os problemas estão ai cada vez mais evidentes e todos estamos sofrendo, mas e ai o que fazer?
A Cúpula dos Povos na Rio+20 tinha com ideia bem geral nos trazer mais soluções ou pelo menos propostas de tais, mas quem participou das programações pode ver que não foi bem isso que nos foi mostrado.Não sei se por falta de sorte minha, mas, em praticamente todas as plenárias que estive presente, em todas as discussões mesmo as informais que presenciei, nada se trazia a não ser apontar culpados, e um dos maiores alvos era os governos políticos, não, não vou entrar em detalhes sobre esse tema mas, não acredito que seja culpa só de um governo o problema que o mundo todo enfrenta. Ficar procurando um culpado, um único culpado, não me pareceu uma boa solução e foi analisando essas atitudes que depois de todos esses circos armados eu pude ter uma visão geral e bem pessoal, a qual quero compartilhar com vocês, sobre esse momento em que estamos vivendo, principalmente sobre o momento Cúpula dos Povos que tanto esteve em evidência nos últimos dias.
Não sei se todos sabem mas quando começaram as preparações para a Cúpula dos Povos foram estabelecidos quatro objetivos centrais para que focem discutidos e bem mais que isso se apresentassem possíveis soluções para a crise ambiental pela qual passamos. Eram eles: O fim da mercantilização da vida, uma outra economia, valorização das experiências e campanhas e mobilizações.
Com base nesses pontos sobe minha visão a Cúpula dos Povos e é claro os seus participantes muito deixaram a desejar. Por que? Simplesmente por que nos sete dias em que estive lá me pareceu que esses objetivos juntamente com muitos outros foram deixados de lado se não esquecidos e substituídos por outros que vieram nada a mais que divergir com os primeiros. Eram inúmeras plenárias onde só se discutia e como eu já sitei anteriormente apontava-se culpados.Sim existiam muitas pessoas empenhadas a lutar e protestar, mobilizar, e estender ao mundo campanhas contra tudo e todos mas, prática, bem isso foi algo que ficou meio camuflado se é que existiu. Mobilizações foram feitas principalmente diante das câmeras de TV, e de tudo foi feito para chamar a atenção da mídia, vestir roupas, pintar rosto ou até mesmo tirar a roupa.
O terceiro objetivo era a valorização das experiências, mas como valorizar aquilo que pouco podemos trocar ou escutar dos outros? Quando tínhamos a oportunidade de conversar as pessoas pareciam mais preocupadas em discutir política e defender seu lado do que ouvir ou repassar experiências então esse foi mais um dos objetivos que ficou confuso.O segundo objetivo foi um dos que mais me pareceu totalmente esquecido ou mal compreendido só perdendo para o primeiro. Como propor ou até mesmo pensar em uma nova economia se estamos totalmente aprisionados a atual? Quem teve a oportunidade de andar pelas ruas do evento no Aterro pode ver que a Cúpula nada mais foi que uma grande feira de produtos das mais diversas fontes, alias o Rio de Janeiro todo esteve nestes dias mergulhado em um sistemas mais capitalista que nunca. A proposta era mudar a economia e se instaurar a ideia de uma economia solidaria mas que solidariedade era aquela? Tudo exatamente tudo no Rio de Janeiro não só na Cúpula dos Povos estava a preços exorbitantes e super ou hiperfaturados, no próprio Aterro só existia uma feira de troca e ainda era apenas simbólica então ou eu não entendo nada ou a economia solidária também foi esquecida.
Em tudo isso o que mais me preocupou na realidade foi o primeiro objetivo, já que esse trata de nós seres bem diretamente.A mercantilização da vida, esse era o primeiro problema a se tentar resolver mas, não foi bem assim que aconteceu. Andando pelas ruas do evento o que mais se encontrava eram pessoas vendendo tudo o que podiam, indígenas posavam para fotos como se estivessem em uma exposição, cobravam por fotos com animais da nossa fauna e se isso não é mercantilizar a vida então alguém me explica por favor por que eu devo estar extremamente equivocado.
Não sei nos outros acampamentos, mas no qual fiquei eramos vigiados dia e noite, e muitas vezes me senti em um curral do governo, não quero entrar em detalhes sobre esse assunto por respeito aos organizadores do acampamento que tenho certeza muito se esforçaram pra fazer o melhor, mas quero e preciso me posicionar diante a um governo que sitiou uma cidade durante um evento que tinha com proposta geral promover a interação entre os povos e a partir dai tentar solucionar um problema de âmbito mundial, quero também fixar que a atitude de muitos jovens no evento principalmente no acampamento deixou muito a desejar, a falta de responsabilidade com o lixo produzido, a falta de noção do momento o qual viviam em fim muitos outros pontos deixou explícito que eles estavam lá no Rio muito mais para curti uma praia do que para ajuda-la a se manter.
Para finalizar quero dizer que nem tudo foi um desastre, neste momento de lutar a favor de um mudo melhor muitas pessoas estavam sim dispostas a fazer a diferença e sim, o fizeram, mas o lado contrário foi tão berrante que elas quase passaram despercebidas.
Feira de Trocas na Cúpula dos Povos(ÚNICA E SIMBÓLICA)
Indígenas posando para fotos (UMA DAS GRANDES ATRAÇÕES DA CÚPULA)
A pergunta que me faço até agora.

Jaime Antonio Tasca Filho
Graduando em Ciências Biológicas

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