terça-feira, 16 de abril de 2013

PRAIA BRAVA: ESPELHO DA ZONA COSTEIRA BRASILEIRA

Texto produzido pelo pesquisador Caio Floriano dos Santos, do Observatório dos Conflitos, sobre os conflitos ambientais da Praia Brava (Itajaí/SC).
Publicado pelo Movimento - Não Deixe o Encanto do Morcego Acabar no facebook:
http://www.facebook.com/pages/N%C3%A3o-deixe-o-Encanto-Do-Morcego-acabar/300459860083314?fref=ts


PRAIA BRAVA: ESPELHO DA ZONA COSTEIRA BRASILEIRA 

Os empreendimentos imobiliários que se proliferam na Praia Brava nos faz questionar e refletir sobre diversos pontos, mas gostaria de levantar e suscitar alguns para o debate. Mas, antes gostaria de deixar claro que os conflitos ambientais por causa desta localidade (ecossistema) apontam claramente a insustentabilidade do projeto de “desenvolvimento” levado à frente pelos poderes político e econômico.
 
Esta insustentabilidade aponta também para um cenário claro e latente de injustiça ambiental, onde em virtude de “uns poucos” é imputado um impacto negativo a grande maioria, mesmo que para isso se utilizem de argumentos como “desenvolvimento para todos”, “desenvolvimento sustentável”, “sustentabilidade”, “geração de emprego e renda” e outros, que sabemos que possuem o objetivo apenas de mascarar a realidade que é de lucro para poucos.
 
Esta prática não é exclusividade de Itajaí e da Praia Brava, mas deve ser combatida e denunciada, por tanto é importante que possamos entender todo processo por trás desta mudança de paisagem que viemos assistindo nos últimos 20 anos (acelerado nos últimos 10), vinculado a “flexibilização” contínua da nossa legislação urbana, processo que se assemelha ao que acontece nacionalmente com a legislação ambiental, uma vez que estas são vistas como entraves ao “desenvolvimento” (este tipo, que definiríamos como crescimento).
 
O mesmo “erro” foi cometido em duas gestões da prefeitura diferentes por tentarem realizar a elaboração do zoneamento do município de Itajaí (Plano Diretor) sem participação popular, mas, enquanto isto, assistimos o patrimônio natural, bem como as relações socioculturais que se criaram com o mesmo, serem destruídos. Portanto, cabe nos questionar se este jogo realizado não tem beneficiado sobremaneira apenas um setor, que na falta de regras claras constituídas de forma participativa e transparente, acabam por levar seus projetos a cabo.
 
Se a Praia Brava quer refletir o que está acontecendo no restante da zona costeira brasileira, cabe a nós denunciar e lutar contra. Então, vamos à luta!

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